aviso para curtir

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Felinto, Pedro Salgado, Guilherme Fenelon



Quando cantamos o frevo de bloco Evocação n° 1 de Nelson Ferreira que diz assim: Felinto, Pedro Salgado, Guilherme fenelon, não sabemos de quem são esses nomes de grandes personagens da hitória do carnaval de Recife e mas ou menos onde tudo começou vou explicar aqui.

Naquele hoje distante Carnaval de 1957, uma marcha-de-bloco tomou conta das ruas e salões, cantada a plenos pulmões por crianças e velhos, mulheres e homens, a relembrar sem querer velhos carnavais dos anos vinte, onde reinavam as figuras de Felinto, Pedro Salgado, Guilherme e Fenelon, quando das saídas dos blocos carnavalescos mistos das Flores..., Andaluzas ...., Pirilampos ..., Apôis Fum....
Tratava-se de Evocação, um frevo-de-bloco composto por Nelson Ferreira, que se tornara o grande sucesso da Fábrica de Discos Rozenblit, fundada no Recife em 1952 e distribuidora do selo Mocambo para todo Brasil. Gravado em 1956 para o carnaval de 1957, em disco em 78 RPM nº 15142 B, matriz R 791, foi o primeiro grande sucesso daquela gravadora, produzido no Recife e cantado em todo o país. A marcha tornou-se execução obrigatória em qualquer festa carnavalesca e, mesmo nos dias atuais, é comum encontrar-se grupos de foliões entoando animadamente em uma só voz: Felinto..., Pedro Salgado, / Guilherme, Fenelon, / Cadê teus blocos famosos ?! / Blocos das Flores..., Andaluzas..., / Pirilampos..., Apôis Fum... / dos carnavais saudosos ?!..”
Declara o próprio Nelson Ferreira, em depoimento ao Museu da Imagem e do Som de Pernambuco e em texto inserido no álbum duplo Rozenblit – LPP 015/16 (1968), que Evocação nº 1 fora inspirado em figuras de blocos carnavalescos do Recife dos anos 20, então desaparecidas:

Felinto de Moraes e Fenelon Moreira [de Albuquerque] eram do Apôis Fum; Pedro Salgado era presidente do Bloco das Flores; Guilherme de Araújo era a figura de proa do Andaluzas em Folia e do Pirilampos de Tejipió; o velho Raul Moraes era compositor, pianista e ensaiador do Bloco das Flores, para o qual escreveu várias marchas, inclusive a Marcha Regresso. Dela usei os versos ‘Adeus, adeus minha gente / Que já cantamos bastante’. Fiz Evocação nº 1 numa noite, de uma vez só.

Dessas figuras citadas, notabilizava-se Felinto de Moraes (Recife, 1884 - Rio de Janeiro, 1927), fundador e principal dirigente do mais famoso bloco carnavalesco de todos os tempos, o Apôis Fum, surgido na povoação da Torre em 1925. Em depoimento ao Diario de Pernambuco, de 29 de janeiro de 1980, uma antiga simpatizante, Ana Uzeda Luna, afirma que “o bloco congregava os melhores músicos, inclusive os componentes do conjunto Turunas da Mauricéia, conjunto vocal composto pelos maiores violonistas de sua época, entre eles Manuel de Lima (violonista cego), Alfredinho de Medeiros e seu primo Felinto de Moraes; o bandolinista Luperce Miranda (1904-1977) e seu irmão, Romualdo Miranda (1897-1930), eram a nota alta dos bandolins, enquanto Augusto Calheiros (1891-1956), que viria receber o apelido de Patativa do Norte, chefiava o coro”.
A orquestra de pau-e-cordas, formada por dezesseis violões, dentre eles Alfredo de Medeiros e Felinto de Moraes, bandolins dedilhados por Luperce Miranda e seus irmãos , violinos, clarinetos e outros instrumentos, era dirigida por Zuzinha, apelido pelo qual ficou conhecido o mestre-de-banda José Lourenço da Silva (1889-1952), que por muito tempo foi o regente da Banda da Polícia Militar de Pernambuco. Os ensaios eram realizados na residência do diretor Francisco Sá Leitão, localizada em frente ao atual Sesi da Torre, na Rua José Bonifácio. No repertório composições do próprio Zuzinha, Sustenta a Nota; Miguel Barkokebas, Esse bloco é meu; Luperce Miranda, Quininha e Seu Raimundo no frevo; notabilizando-se a marcha-regresso, composta por Raul Moraes, conhecida pelo título de Saudade Eternal: “Saudade, eternal! / Deixamos no Carnaval / E o Bloco Apôis Fum / Portou-se como nenhum....”.
O “Príncipe das Marchas-de-Bloco”, como ficou sendo conhecido, nasceu em 2 de fevereiro de 1891, na Rua da Soledade nº 25, no bairro recifense da Boa Vista, tendo falecido na mesma cidade, em 6 de setembro de 1937, na Rua Cais Ligeiro, subúrbio da Torre, segundo noticia recolhida pelo pesquisador Evandro Rabello no Jornal Pequeno, edição do dia 8 do mesmo mês.
Juntamente com o irmão, Edgard Moraes (1904-1974), Raul participou, além do Bloco das Flores, de outros blocos carnavalescos do Recife, tocando bandolim e seu mano cavaquinho, segundo informa o Diario de Pernambuco de 5 de fevereiro de 1924. Para o Bloco Apôis Fum, compôs no ano seguinte uma das suas célebres marchas-regresso, Saudade Eternal, famosa pelo seu refrão:

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

GaLo da Madrugada




Acorda Recife, acorda
Que já é hora de estar de pé
Levanta, o carnaval começou
No bairro de São José (BIS)

Vem, vem meninada
Vem conhecer o Galo da Madrugada
O Galo vai desfilando com beleza e harmonia
E o Enéas comandando
E mostrando a alegria de um carnaval
Que basta brincar um dia

Vem, vem meninada
Vem conhecer o Galo da Madrugada
Se você desfilar este ano
Nunca mais vai esquecer da Padre Floriano
E no bairro de São José
O Galo é quem vai cantar
O Galo é quem vai mandar
Paulo Fernando Gama
É bem verdade se desfilarmos pela menos uma vez no galo, nunca mais vamos esquecer e vamos querer ir todos os anos, eu que diga por experiencia prórpia.

Recife já acordou e está preparada para o melhor e maior carnaval de todos os tempos, promete a Prefeitura do Recife na pessoa do Prefeito João Paulo bastante atuante no carnaval em parceira com O governo EstaduaL na pessoa do Governador Eduardo Campos.


Se fizermos uma analise de carnavais passados, vamos observar como evoluimos culturalmente e aprendemos a dar valor o que é nosso de fato. O amadurecimento cultural, está claro, por que por onde passamos, o orgulho que cada pernambucano tem com a nossa cultura. está estampado na cara.
E vai ser no Galo da Madrugada, o maior bloco de rua do mundo, comprovado pelo Guines Book o ponto de partida para a festa que só termina na quarta-feira.
Já nesta quarta - feira 30/01/2008 será interditada uma das principais pontes que dá acesso ao outro lado da cidade (Av. Guararapes)para a montagem do galo gigante que ficará até a quarta-feira.



A manhã já vem surgindo,
O sol clareia a cidade com seus raios de cristal
E o Galo da madrugada,
já está na rua, saldando o Carnaval,
Ei pessoal...
O Galo também é de briga, as esporas afiadas
E a crista é coral
E o Galo da Madrugada,
já está na rua Saldando o Carnaval
Ei pessoal...

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

44º BAILE MUNICIPAL


44ª edição do Baile Municipal do Recife, promovido pela Prefeitura do Recife, através da Fundação de Cultura, acontece no dia 26 de janeiro, no Chevrolet Hall e presta homenagem ao maestro Ademir Araújo, ao radialista Hugo Martins e ao artista plástico Abelardo da Hora. As obras do artista plástico inspiraram a decoração do Baile. Em 2008, a prévia que abre o Carnaval da cidade une a tradição e a modernidade e traz novidades como a votação online para a escolha do rei e da rainha do Baile, transmissão ao vivo através da web e da TV Pernambuco, premiação para os foliões fantasiados, apresentação dinâmica e interativa.



Fachada do Chevrolet Hall prontinha para o Baile Municipal.

Orquestra Spok Frevo



Só falar não adianta, tem que sentir a pressão e ver porque a orquestra é realmente uma senhora orquestra de frevo.


Inaldo Cavalcante de Albuquerque (conhecido como Spok) é um dos mais expressivos músicos da atualidade que trabalha com o nosso ritmo pernambucano. Saxofonista desde os 12 anos, toca na Banda Sinfônica do Recife e divulga o frevo com a sua Spok Frevo Orquestra. Criada em 1997 junto com o também saxofonista Gilberto Pontes, com a intenção de levar aos palcos o frevo de rua.


CarnavaL em Recife tem que ter Spok Frevo, e se for no Marco zero nem se fale, quem já viu uma orquestra especializada em frevo? Pois é, spok junto com toda a orquestra, faz ferver o ritmo do frevo com seu sax, eles tocam os frevos de rua e frevo canção no nosso carnaval levando ao foliões garantia de um carnaval arretado de bom.

Spok não só faz sucesso aqui em Recife, em recente apresentação no canecão conquistou a admiração e a vontade de pular frevo em uma espectadora no seu show. Pasmem! ela nem gostava de carnaval. ahuahuahauhauahu, vejamo depoimento.



Outro admirador da orquestra tbm públicou em seu blog um post inteiro sobre SPok .

E lógico isso só faz crescer nosso orgulho de ser Pernambucano.

Spok Frevo Orquestra é artista de qualidade é de Pernambuco!

http://www.spokfrevo.com.br/

sábado, 19 de janeiro de 2008

Claudionor Geramano


Claudionor Germano, iniciou a carreira na Rádio Clube de Pernambuco, trabalhando depois em outras emissoras, inclusive com o maestro erudito Guerra-Peixe, que pesquisou os maracatus do Recife.

Nos anos 40 foi crooner do Ases do Ritmo, que em 1948 foi escolhido melhor conjunto vocal do ano.

Partiu para a carreira solo, contratado pelas rádios Tamandaré e Clube.
Em 1959 gravou o disco "25 Anos de Frevo", com músicas de Capiba, que bateu recordes de vendas. A partir de então destacou-se como cantor de frevo (tanto na modalidade frevo-de-rua quanto no frevo-canção), interpretando muitas composições de Capiba e Nelson Ferreira em festivais e eventos.
Participou dos festivais dos anos 60 e tornou-se um dos mais famosos cantores do carnaval pernambucano.
Um de seus maiores sucessos fora do frevo foi o samba "A Mesma Rosa Amarela" (Capiba/ Carlos Pena Filho).

Em 1980 participa pela primeira vez do carnaval de rua do Recife, inaugurando a Freveioca, numa promoção da Prefeitura da Cidade do Recife, com a Orquestra Popular do Recife regida pelo maestro Ademir Araújo. A Frevioca é uma idealização do seu outro grande amigo Leonardo Dantas, então Diretor da Fundação de Cultura Cidade do Recife.
Embora tenha essa marca de o maior cantor de frevos de Pernambuco, é um grande cantor romântico. “Gosto muito de mim cantando lento, romântico”, confessa.

Excursionou pelos Estados Unidos e Japão, contribuindo para a divulgação do frevo cantado no Brasil e no exterior.
Foi realizador do projeto Casa do Carnaval, na Fundação de Cultura da Cidade do Recife.

Com uma vida fortemente marcada pelo frevo genuinamente pernambucano, se chateia com a invasão dos baianos: “É uma comprovação da capacidade administrativa deles. Sabem administrar bem. Muitas coisas tiram de nós, e o povo, de uma maneira geral, pensa que a eles pertencem”, comenta.


Claudionor Germano é um artista genuinamente de Recife, de Pernambuco, do carnavaL, é artista da terra.

Fonte:

http://www.musicadepernambuco.pe.gov.br/release.php?idArtista=141

http://cliquemusic.uol.com.br/artistas/claudionor-germano.asp





segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Programação Multicultural do Carnaval 2008

Programação traz cerca de 500 atrações

Ao som do frevo e do maracatu, o prefeito do Recife, João Paulo, apresentou, nesta segunda-feira (14), todo o esquema do Carnaval Multicultural do Recife 2008. O evento aconteceu no Museu da Cidade do Recife e contou com a presença do vice-prefeito Luciano Siqueira, dos homenageados do carnaval e de artistas locais, além de secretários de governo e de diretores de autarquias municipais. O Carnaval deste ano traz na programação cerca de 500 atrações. São artistas e agremiações que se revezarão nos 16 pólos de animação (sendo oito descentralizados) montados pela Prefeitura do Recife em toda a cidade. Além desses pontos, a gestão está apoiando outros 43 pólos em comunidades diversas da capital. O investimento deste ano é de R$ 31,7 milhões.

Entre os nomes que pisam pela primeira vez nos palcos do carnaval recifense, estão Marisa Monte, Milton Nascimento, Alcione, Roberta Sá, Paralamas do Sucesso e a Bateria da Estação Primeira de Mangueira. Cantores consagrados como Elza Soares, Elba Ramalho, Luís Melodia, Chico César, Vanessa da Mata, Moraes Moreira também retornam este ano. Entre os grandes nomes locais, estão Naná Vasconcelos, Lenine, Silvério Pessoa, Claudionor Germano, Antônio Nóbrega, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Spok, Ortinho, Cordel do Fogo Encantado e Nação Zumbi, entre outros.

O prefeito João Paulo se mostrou entusiasmado com o Carnaval Multicultural deste ano. Segundo ele, os investimentos realizados na divulgação da festa através do projeto “O Recife é Aqui” executado pela Secretaria de Turismo do Recife em 36 cidades do país e, a homenagem ao Centenário do Frevo com o desfile da Escola de Samba Mangueira, trarão um retorno excepcional para a cidade. Em sua avaliação, os investimentos são necessários não só pela importância da nossa cultura, mas também por ser o carnaval um instrumento de geração de renda, de incentivo ao turismo e de incentivo à criação de novos profissionais. “Não tenho dúvidas de que esse será o maior e melhor carnaval de todos os tempos do Recife”, ressaltou João Paulo.

O secretário de Turismo, Samuel Oliveira, destacou que a construção da imagem do Carnaval Multicultural realizada pela equipe da gestão João Paulo é hoje de grande credibilidade, ao ponto da festa ser vendida muito antes de ser divulgada a programação oficial. “O Carnaval do Recife é hoje um produto turístico de credibilidade já consolidado”, afirmou.

Segundo o secretário de Cultura, João Roberto Peixe, uma das novidades deste ano é a descentralização do projeto Rec-Beat 2008. Ele passa a ser realizado também na Refinaria Multicultural Nascedouro de Peixinhos, sempre a partir das 15h, tornando-se mais um pólo de atração da cena alternativa da capital. Segundo Roberto Peixe, “a diversidade da nossa programação não deixa dúvidas do compromisso da gestão com a multiculturalidade no carnaval. Tudo está sendo preparado para fazer do carnaval desse ano o melhor da história do Recife”, destacou.

Para baixar a progamação clique aqui: http://www.recife.pe.gov.br/pr/secfinancas/emprel/emgs/midia_fotos/D_366.zip

fonte: http://www.recife.pe.gov.br

Getúlio Cavalcanti




Um dos grandes Cantores e compositores de Pernambuco, Getúlio Cavalcanti, nasceu em pleno carnaval, no 10 de fevereiro de 1942, em Camutanga – Pernambuco.


Começou na música aos 8 anos de idade, tocando sax-soprano na Banda Musical da Sociedade Beneficente Monsenhor Uchôa, na sua terra natal.
Em 1962, contratado como cantor de gêneros românticos pela Rádio Clube de Pernambuco, Getúlio Cavalvante conheceu o Maestro Nelson Ferreira, gravando na Rozenblit o seu primeiro frevo-canção "Você gostou de mim".
A partir daí, gravou grandes sucessos no gênero frevo-de-bloco, tais como: O bom Sebastião, Cantigas de Roda, Último regresso e outros.

Passou a compor para vários blocos carnavalescos do Recife como Banhistas do Pina, Bloco das Ilusões, Eu quero mais, Aurora de Amor, Bloco do Amor e o famoso Bloco da Saudade.
É considerado um dos maiores compositores de frevo-de-bloco do Estado. Membro da Academia Pernambucana de Música, ocupa a cadeira que pertenceu aos Irmãos Valença. Tem vários discos gravados.

Getúlio comenta em uma revista o futuro do frevo, qual será? Para Getúlio Cavalcanti, será o frevo-de-bloco, com o carnaval lírico. “Eu brigo para que a nossa música continue com a sua base. No futuro os blocos é que vão continuar defendendo a música pernambucana.

Getúlio Cavalcanti é artista da terra é de Pernambuco.


segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Naná Vasconcelos

Naná comanda o primeiro ensaio de maracatus, O ensaio reuniu cerca de 60 batuqueiros.
O percussionista pernambucano Naná Vasconcelos, já recuperado dos problemas de saúde que enfrentou no final do ano passado, comandou na última sexta (04), às 19h, o primeiro dos ensaios de grupos de maracatu para o Carnaval Multicultural do Recife 2008, demonstrando a mesma vitalidade de sempre. O ensaio reuniu, na rua Vigário Tenório, Bairro do Recife, aproximadamente 60 batuqueiros dos maracatus Axé da Lua, Cambinda Estrela e Almirante do Forte, sob a batuta do músico que lidera o encontro de nações há sete anos.
Evitando comentar sobre a doença, Naná afirmou apenas que o incidente já é página virada e que vai seguir sua carreira normalmente, ainda mais renovado. “Passei por um momento de dificuldades, mas me reciclei. Sou um novo Nana”, disse.


O músico enfatizou a diversidade do encontro de batuqueiros. “Conseguimos mostrar um Carnaval que muita gente não conhecia, que é a folia feita nas comunidades carentes, e levamos o ritmo a todas as camadas, tanto de pessoas pobres quanto as de classe média”, afirmou Naná. Esses ensaios são preparatórios para o grande encontro de maracatus, que reunirá aproximadamente 300 batuqueiros de 14 nações na abertura do Carnaval do Recife, no Marco Zero, na sexta-feira (1º de fevereiro) que antecede o sábado de Zé Pereira.


Muita gente acompanhou o ensaio, movimentando o Recife Antigo.

André Nascimento, do Bairro da Torre, estava de passagem e aproveitou para curtir o som das alfaias. “É muito emocionante ouvir esse ritmo tocado por tantos batuqueiros. O chão chega a tremer, literalmente”, comentou Nascimento. Os ensaios acontecerão todas as sextas-feiras de janeiro, às 19h, no Bairro do Recife.
Naná Vasconcelos é um artisita da terra é de Pernambuco!
Biografia do percusionista Naná, vc encontra no Site oficiaL

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

BLOCO DA SAUDADE


Vamos iniciar a partir de hoje em diante um especial sobre o melhor Carnaval do mundo, o carnaval multicultural do Recife, a começar pelos blocos liricos, blocos de rua, blocos de frevo, vamos exaltar aqui o que há de qualidade no carnaval do Recife.
Começando com um dos melhores bloco lirico de Recife...
Quem nunca foi atrás do bloco da saudade nas ruas do centro do recife e de Olinda?
Criado a partir de uma canção do célebre compositor de frevos pernambucanos, o Bloco da Saudade surgiu e consolidou-se com a proposta de reviver os Carnavais líricos da primeira metade do século passado.
o Bloco da Saudade sai às ruas do Recife e Olinda levando aos foliões marchas de bloco antigas e atuais, com o seu coral feminino e orquestra de pau e corda. As cores do bloco são o encarnado, o azul e o branco como a cor neutra entre as duas cores elementares usadas na cultura popular do nordeste.
"O apito tocou O acorde soou A orquestra vai tocar a introdução..."

Estes são os primeiros versos da Evocação nº2.

Neles, Nelson Ferreira descreve, em poucas palavras, como se inicia a execução de um frevo de bloco.
Vale salientar que também é conhecida e divulgada como marcha de bloco a música dessa agremiação.
No alvoroço das ruas, nos dias de Carnaval, o diretor da orquestra dá o sinal de alerta aos músicos e ao coral com o apito - todos ficam atentos.
A orquestra ataca o acorde inicial, o surdo, com uma única pancada forte, serve de guia para o andamento da composição a ser tocada.
A introdução, feita em uníssono por todos, tem um caráter animado, impulsivo, lembrando de perto o espírito do frevo que, em seguida, irá contrastar com a linha melódica cantada, mais sóbria, quase sempre em tom menor.
Os versos de uma marcha de bloco são líricos, nostálgicos, relembrando o passado, evocando pessoas e fatos.
Outras vezes são agressivos, deixando transparecer a rivalidade existente entre uma e outra agremiação.
De acordo com o seu conteúdo poético, as marchas recebem diversas definições, como "marcha regresso ou marcha de encontro", etc.
Enquanto o frevo é executado por uma banda de música ou uma orquestra de metais, bem mais reduzida, a marcha de bloco é acompanhada por uma orquestra que devido à sua formação peculiar foi batizada de "Orquestra de pau-e-corada", isso porque ela traz em sua composição instrumental uma quantidade expressiva de violões, cavaquinhos, bandolins, banjos, violinos, contra-baixos, flautas, clarinetes, saxs, bombardinos, etc, pandeiro e surdo.
Os instrumentos de sopro, como podemos observar, devem ser de um timbre brando para não abafarem as cordas.

Atualmente, cremos que devido às largas avenidas, por onde os blocos são obrigados a desfilar, a assustadora poluição sonora das ruas e também a situação econômica em que sobrevivem estas agremiações, impossibilitando-as a contratação de um bom número de instrumentistas, é que os blocos vêm, sistematicamente, incorporando às suas orquestras instrumentos de timbres mais fortes, abandonando assim os mais suaves e de certa forma, descaracterizando-as.

O frevo, descendente direto dos dobrados das corporações militares, polcas e maxixes, em outras épocas já foi cantado. Hoje, ele é essencialmente uma música instrumental.
Enquanto que a marcha de bloco reporta as jornadas dos pastoris, serestas e saraus familiares, necessita de um coral formado por vozes femininas para entoar os seus versos.

Os blocos não fazem o "passo" como os clubes de frevo, pois devido ao caráter marcial de suas canções, seus cordões fazem manobras e evoluções, trazendo à sua frente não um estandarte de samba, etc., e sim, um dístico ou distintivo, também chamado de Abre-alas com o seu nome e a data da sua fundação.
Do grande número de blocos que existiam, poucos são os que ainda desfilam pelo carnaval, como Madeira do Rosarinho, Inocentes do Rosarinho, Rebeldes Imperial, Batutas de São José, Banhistas do Pina, Diversional da Torre, Flor da Lira, Bloco do Piu-Piu e Bloco da Saudade. Muito antes de o carnaval chegar, os blocos promovem, em suas sedes, encontros para os seus associados.
Nestes encontros, os compositores apresentam as suas mais recentes composições.
O coral e a orquestra ensaiam as antigas e as novas marchas.
A estes ensaios é que os foliões dão o nome de acerto de marcha.


Texto publicado no disco Frevo de Bloco, lançado em 1980 por Zoca Madureira que é músico, compositor e fundador do Bloco da Saudade.




http://br.youtube.com/watch?v=hl3DCt54BAY&feature=related